Pelo menos dez pessoas foram mortas pelas forças de segurança durante protestos contra o presidente da Síria Bashar Al Assad, em Deraa, nesta sexta-feira. Segundo relatos de testemunhas, forças do governo abriram fogo contra os manifestantes. "Vi poças de sangue e três corpos nas ruas, sendo retirados por parentes na região de Mahatta", afirmou uma testemunha em entrevista à agências internacionais. Diversas cidades do país foram palco de protestos pró-democracia depois das orações desta sexta-feira, dia considerado sagrado para muçulmanos.
"Havia franco-atiradores nos telhados, e muitos tiros. Os feridos foram levados para casa, ninguém tem coragem de ir aos hospitais nessa circunstâncias. Muitos dos manifestantes têm medo de ser presos", acrescentou a testemunha.
Segundo a agência de notícias "Sana", os disparos em Deraa foram confirmados, mas responsabilizou "vândalos" de abrirem fogo durante os protestos, ferindo dezenas de policias e moradores, e matando um policial e um motorista de ambulância.
Intensos combates também ocorreram na cidade de Homs, ao oeste da Síria. E na periferia de Damasco, muitos tiros foram ouvidos na área de Harasta. No subúrbio de Douma, onde protestos acontecem há dias, ativistas contam que as linhas telefônicas foram cortada. A imprensa têm enfrentado duras restrições para atuar na Síria.
Milhares de curdos se manifestaram em defesa de reformas ao leste, mesmo com o anúncio do presidente nesta semana de eliminar regras que impeçam que eles possam ter acesso à cidadania.
Curdos
Os curdos não são considerados cidadãos desde que um Censo em 1962, classificou 20% dos curdos sírios como estrangeiros. Na última quinta-feira, o presidente Assad promulgou um decreto que concede a cidadania a habitantes de origem curda na região nordeste do país, algo que perdura por meio século. "Assad promulgou um decreto que concede a pessoas registradas como estrangeiros em Hasake a cidadania árabe-síria".
Em 31 de março de 2010, Assad autorizou a criação de uma comissão para revisar o Censo feito em Hasake. A comissão deveria concluir a tarefa até 15 de abril, porém o presidente conseguiu adiantar o resultado e regularizou 300 mil curdos sírios.
O governador da província central de Homs, que testemunhou as disputas entre manifestantes contrários ao governo e as forças de segurança, foi derrubado por Assad na última quinta-feira.
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